27 de julho de 2009

"Tem que ter qualquer coisa além da beleza".


O grande poeta e cultor da beleza feminina Vinícius de Moraes, traçou em poucas palavras o perfil do que seria para ele o supremo ideal de formosura na mulher: o que integraria a beleza física (“desculpem-se as feias, mas beleza é fundamental”) com os conteúdos da inteligência, da sensibilidade e do espírito cultivado. Assim, para o poeta a mulher “tem que ter qualquer coisa além da beleza, qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, que sente saudade”.

Portanto, nada a ver com as fúteis, superficiais e tolas mulheres frutas, que invadem a mídia interessada em explorá-las, sugar-lhe todo o sumo e depois descartá-las para pegarem as novas que adentram o rico e rendoso pomar carioca, cada uma mais vulgar e vazia que a outra. Falta-lhes massa cinzenta no cérebro na mesma proporção que lhes sobra toucinho no traseirão hiperbólico!

É alarmante a quantidade mulheres “gostosonas”, de formas opulentas e cabeças vazias que aparecem em programas de Tv (BBB, A Fazenda, etc) com o intuito de aparecerem, não como cabeças pensantes, mas tão somente como bundas falantes e candidatas a capas da Play Boy. E como essas mulheres conseguem espaço em programas de TV ao vivo! E quantas abobrinhas soltam no ar, até piercing vaginal e/ou suas façanhas sexuais avançadinhas viram temas de alta relevância na boquinha dessas cabeças ocas.



Com o advento do silicone e das belezas fabricadas pelos cirurgiões plásticos, parece que, em vez de aumentar o interesse dos homens pela novidade peitoral, houve um certo desinteresse, quiçá provocado pela vulgarização das mamas grandes e tão semelhantes, dando a impressão de serem produzidas em série. A impressão que tenho e a de que houve uma gradativa transferência do gosto masculino dos seios para as “nádegas”.

O apelo sexual passou a concentrar-se mais que nunca nas protuberância glúteas da mulher, ensejando a elevação ao podium da campeã da sensualidade e do sex-appeal femininos: sua excelência a bunda! Isso mesmo: a bunda! Bunda nem é mais uma palavra feia, deselegante e evitada de ser pronunciada em público pelas pessoas refinadas. Não. A palavra foi redimida, democratizada e posta na boca do mundo. Já deu nome a uma revista voltada ao humor.


Bunda passou a ser um sentido outro de suprema significância na valorização das mulheres objetos de consumo: elas valem o quanto pesam suas protuberâncias glúteas avantajadas. Não importa se são gigantescas e desproporcionais, não importa se o bundão é uma anomalia anatômica, antes só apreciada por Brottero. O fato lastimável é que Bunda passou a ser a metáfora da Mulher, não das brilham pela inteligência, pela cultura e pelo comedimento, mas das que só tem como conteúdo a bunda e/ou os peitões siliconados.

O que interessa é que o produto anômalo vende, dá ibope e merece capa da Play Boy. Sinais dos tempos!!! BUNDA, de palavra proibida pelos puristas da linguagem, pelos zelosos guardiões da moral e dos bons costumes, pelos intelectuais e pelos hipócritas de plantão, hoje parece ter a sonoridade das cantatas, a suavidade dos arpejos e todo o esplendor épico das grandes epopéias! Todavia, eis, na foto abaixo, qual será o futuro de tanta aBUNDÂncia! Um montão de celulites, flacidez e ... que visão dos infernos!!!

Quem mais se lembra da palavra que costumava denominar esta preciosa parte da anatomia humana: a sengraçante “nádega”?! Encerrando com chave de ouro esse irreverente post, transcrevo uma poesia muito pertinente para o momento bundesco que vivemos, da autoria de Magda Almodóvar, escritora interessada em assuntos femininos e autora do livro “Verdades e Fantasias de uma mulher... o pulo da gata”.


BUNDA... EU?
Quem disse que sou só uma bunda?

E que ela precisa estar atrevidamente em pé, caso contrário, devo siliconizá-la?
Quem disse que só preciso de peito empinado?

Quem disse essas babaquices?
Eu sou mulher inteira: cabeça, tronco e membros!
Tenho idéias, pensamento lógico, sentimentos, desejos, frustrações...
mas tenho principalmente consciência de quanto valho e de quem sou.

Recuso-me a aceitar que uma BUNDA me represente!!!
Não admito ser reduzida a um corpo produzido artificialmente!!!
Revolto-me ao ouvir dizer sobre a mulher apenas pelas suas qualidades aparentes!!!


E afinal a mulher só tem peito e bunda??????
Não eu!!! Se posso recorrer à plástica para rejuvenescer, claro que o farei!
Quando a Lei da Gravidade fizer minhas protuberâncias caírem,
se me aprouver, as levantarei!


Procurarei meu Cirurgião Plástico que já em casos de queimadura minha filha socorreu,
sem que isto seja uma Olímpica competição para cumprir o Padrão Tchan!!!
Sou fã do Ácido Retinóico, da Vitamina C,do Ácido Glicólico,
da Uréia, da Semente de Uva, da minha dermato (que é meu Pilar!),
mas pretendo é um aspecto mais plácido e compatível com meu interior
que é sempre adolescente.


Tenho mãos que sabem aconchegar e afagar...
Tenho pernas que me levam ao encontro do Amar...
Tenho lábios que sempre anseiam por beijar...
Tenho ventre que já abrigou filhos... Tenho braços de abraçar...
Tenho um corpo inteiro e nele habitam vísceras, músculos, veias, alma, paixão e razão.
Acho lindo um belo corpo torneado, pele viçosa,músculos delineados, cabelos sedosos,
e todos devemos nos empenhar em ter saúde,beleza, destreza, flexibilidade.

Porém ser só corpo, e mutilado que só de bunda e peito se compõe,
é idiotia, aberração, ou melhor, covardia e ilusão.

Lembro-me que faz pouco tempo a Mulher Bunda foi considerada
a representante da Mulher Brasileira.
Recuso-me a ser por este tipo de mulher representada!
Que luxo seria estabelecer como Mulher Padrão Brasileira

a maravilhosa Fernanda Montenegro, ou Irene Ravache, quem sabe Marina Colassanti.
Mais jovem, rebelde e inesquecível? Leila Diniz,
que exibiu com sensualidade e orgulho seu ventre dilatado pela gravidez.
Que tal Carolina Ferraz?
Bonita, charmosa, sensual, inteligente, elegante, sensível, apaixonada,
mãe carinhosa e que em recente entrevista à revista QUEM afirma:

"Eu não tenho mérito nenhum em minha beleza...
Não existe mágica para nada.
Acho que na vida temos que ter bom humor e disciplina...
Os meus músculos são de carregar Valentina...

E tem mais: "eu filmo mais musculosa do que realmente sou..." e finaliza:
"Eu gosto de ter prestígio e sucesso pelos meus méritos...
Pois é, a beleza não pode tirar a atenção.

"É, se mulher objeto é o padrão, quero jamais ser citada,
prefiro ser ridicularizada por ter 54 anos, escrever poesias, crer no Amor
e pagar caro pela minha independência, e ainda ser considerada decadente
por não ter extraído dinheiro ou viver à sombra do poder do ex-marido patrocinador.


Magda AlmodóvarMarço/2001

25 de julho de 2009

A eterna musa do BBB na capa da HOT VIP!

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Recentemente em enquete feita pelo EGO para saber qual a mulher mais sensual que passou pelo BBB Irís Stefanelli foi eleita com folga. Na opinião de 80% dos leitores Iris foi considerada mais sexy que Priscila do BBB9. Após o BBB de 2007 Iris ganhou espaço na mídia. Ganhou vários prêmios. Foi capa de várias revistas de circulação nacional e bateu records de vendas da Play Boy em 2007. Participou de muitas campanhas publicitárias, além de ter marcado presença em eventos e desfiles. Iris bateu records no paparazzo e foi a brother que mais reuniu fãs no chat da Globo.



As fotos dela para o paparazzo são maravilhosamente sexy , ao mesmo tempo que abrem um espaço de beleza e ingenuidade irresestíveis a quem tem senso estético:




O ensaio do Paparazzo com o casal Diego/Íris foi um espetáculo à parte de charme, beleza e carisma. As fotos foram as mais acessadas e alimentou durante muito tempo as matérias dos blogs e sites interessador no BBB.


Íris teve, na VIP, as mais belas fotos que já lhe fizeram, superando as da Play Boy, devido à exposição de uma sensualidade mais velada, mais discreta e, por isto mesmo, muito mais sedutora. As fotos feitas na praia são estupendas, como a que mostro abaixo:

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Se a Play Boy de Íris foi das melhores e a mais vendida em 2008, a VIP não lhe ficou atrás em beleza, bom gosto e senso estético. Algumas fotos são magníficas, como esta em que a formosura da modelo assume ares de ingenuidade e displicência:



A Play Boy fez um ensaio discreto, sem poses de apelo sexual, com aquelas caras e bocas que já conhecemos. Nem por isso deixou de ficar muito bonito, com fotos de extrema beleza, tal como aconteceu no ensaio de Grazi e de Francine. A foto abaixo comprova o que afirmo:



A revista Vip elegeu as 100 mulheres mais sexies do mundo, no ano 2008. A linda e sempre querida Íris Stefanelli foi novamente incluída entre estas. Reconhecedores da beleza e do carisma imbatíveis do estardalhaço de loura que é Siri, convidaram-na para ser a capa da HOT VIP que estará nas bancas de revistas de todo o país no próximo dia 4 de agosto. Aos trinta anos, a bela Íris aparecerá em fotos sensuais, em um cenário campestre, com botas e chapéu de cauboy, tal como seria a “Caipira” moderna. Lindaaaa e podendoooo! A foto abaixo foi liberada para a mídia.



Íris Stefanelli foi a mulher mais bela que passou pelo BBB, desde a sua abertura em 2002. E não somente isto: ela, além de belíssima, foi também a que mais sucesso obteve fora da casa, a que reuniu o maior número de fãs espalhados pelos quatro cantos do Brasil, a que figurou em maior quantidade de capas de revistas, faturando muito mais que um milhão, em pouco tempo. O seu cachê na Play Boy foi o mais alto até hoje. Suas aparições em público causavam tumulto, reunia multidões em torno de sua pessoa, exigia a presença de um batalhão de seguranças para protegê-la e para permitir que ela se locomovesse. Nenhuma teve tanto carisma. Nenhuma deu tanta vida ao programa, mesmo depois que foi eliminada num paredão, nenhuma foi convidada para participar de outro reality em país estrangeiro, como ela foi pela Argentina.

Verdadeiro ou não, o romance dela com Diego Alemão apaixonou o imenso contingente de fãs que os aplaudiam e prestigiavam. Era um belo casal! Não importa se terminaram nem como terminaram. O que interessa são duas coisas: que a paixão dos dois foi verdadeira, maravilhosa e inesquecível enquanto durou, e que não podemos esquecer as emoções que vivemos com eles, os momentos poéticos que protagonizaram, o romantismo que ressuscitaram na alma dos seus fãs, encantados com a história que vivenciavam.

Diego foi desastroso na forma precipitada e grosseira como terminou o namoro, mas, da mesma forma que Íris, revelou ter grandeza de espírito depois do rompimento, nunca denegriram a imagem do outro, jamais trocaram farpas nem revelaram intimidades que somente a eles interessavam. Vi, cheia de admiração e respeito quando Alemão reagiu com veemência a uma alusão grosseira dos gaiatos do Pânico ao “romance fake dele com Siri”, comparando-o ao de Max/Fran, que estavam ridicularizando juntamente com Naiá e Ana Chorolina. Diego deu-lhes uma rigorosa lição de moral e exigiu respeito com Íris e com os sentimentos dele, afirmando ter se apaixonado por ela e cobrindo-a de elogios. Neste momento perdoei Alemão por tudo que fizera. Este tem caráter. Se tantas vezes desrespeitou Siri na casa, está se redimindo com um comportamento correto e decente cá fora.

Que Iris Stefanelli é uma mulher bonita, ninguém contesta. Mas um prêmio que lhe foi entregue pela Câmara de Vereadores de São Paulo em 2008, na capital paulista, comprovou o que o Brasil semnpre soube, desde que aquela caipirinha impôs moral e respeito no BBB7: ela não é apenas uma linda mulher , um estardalhaço de loura, ela é uma personalidade ímpar, uma pessoa digna, de caráter irretocável, com uma sólida formação moral e uma educação primorosa. Não fosse assim, não teria recebido o troféu MULHER, destinado a mulheres muito especiais, em tosos os pontos de vista.

Segundo as declarações da organizadora do evento, Adela Villas Boas, Íris foi contemplada com o galardão porque é uma jovem exemplar: “ela não está em noitadas, bebendo. Ela tem moral e bons costumes”. Este é o conceito moral que Íris ainda hoje desfruta, da mesma forma que Grazi Massafera e Juliana Alves. E é esta peculiar força moral e ética das três ex-bbb o que as levou ao sucesso e à fama. Lindas, jamais usaram o corpo para abrir-lhes as portas da fama e das emissoras onde são contratadas, respeitadas e bem sucedidas.

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Íris é educada, delicada com quem convivem com ela, sabe lidar com as pessoas, sempre gentil com todos e gerando gentilezas para com ela, sorridente, prestimosa, grata e destituída de qualquer traço de vulgaridade, incapaz de gestos mesquinhos, de baixarias, de qualquer ato que a desmereça ou desqualifique como um ser inteiramente do bem. O comportamento dela na casa do BBB7, inclusive com Alemão, revelou seu padrão moral, seu bom caráter, sua seriedade, o respeito pela própria dignidade que faltaram na colega Fanny.

Perdoem-me as ex-BBs anteriores e posteriores à Íris Stefanelli, mas nenhuma conseguiu ainda ser mais amada, mais aplaudida, mais prestigiada pelo público, mais fotografada e mais presente na mídia que a bela ÍRIS STEFANELLI. Para se obter esse sucesso total e conquistar o amor de multidões de fãs é necessário bem mais que um corpito malhado e lipo aspirado, um bundão aloprado, uma perseguida adornada com jóia, alardear proezas sexuais e saber fazer caras e bocas... Isto já existe aos montões na mídia, nas praias e nas baladas... É necessário atributos de ordem moral, ética e comportamental a se somarem à beleza física. Só que tais atributos não existem à venda, não podem ser pedidos emprestado, eles fazem parte da formação de quem os tem. IRIS TEM TUDO!

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23 de julho de 2009

Como borboletas em revoada!

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A eleição da representante do Rio Grande do Norte, Larissa Costa Silva de Oliveira, 25, como miss Brasil 2009, quebrou um jejum de 20 anos do Nordeste na disputa. A última representante da região a ser eleita a mulher mais bonita do país foi a cearense Flávia Cavalcante, em 1989. Enquanto cumpre sua agenda lotada, Larissa se prepara para representar o Brasil no Miss Universo. O concurso será realizado no dia 23 de agosto, nas Bahamas.



Larissa Costa é a primeira Norteriograndense a usar o manto e a coroa de Miss Brasil. Modelo desde os quatorze anos, a passarela não é novidade para ela, daí a sua desenvoltura e porte elegante nos desfiles. Aliás, o que mais me chamou a atenção no Concurso Miss Brasil 2009 foi justamente a elegância, a exuberância, a perfeita maneira de pisar na passarela e a beleza da maioria das candidatas, em sua maioria também modelos. O segundo detalhe a me chamar a atenção foi o fato de Larissa ser a única a não ter silicone nos seios, ser esbelta por natureza e, portanto, a única a não ter artifícios no corpo. Isto me fez lembrar uma outra moça de beleza sem artifícios que, como Larissa, venceu concursos de Miss e representou São Bernardo no concurso para a escolha de Miss São Paulo 2008: Francine Piaia. A beleza natural das duas moças é incontestável!




Larissa e Francine irrompem no universo das mulheres belas brasileiras como uma raridade e, ao mesmo tempo, como um resgate da beleza natural do corpo feminino, nos tempos atuais modelada pelo bisturi e pela cânula da lipoaspiração, modificada pelos preenchimentos com metacrilato e pelos alisamentos de marcas de expressão com botox. Daí, aqueles seios empinados, todos quase iguais, como que fabricados em série e com aspecto artificial. Os seios das mulheres já não têm o singularíssimo formato que a natureza lhes concedeu, tampouco a consistência táctil, menos ainda a variedade de contornos que fazia dessa parte da anatomia da mulher o ponto principal de sedução, de atração e de apelo sexual em relação aos homens em nível paritário com a beleza da região glútea.


Em meio à onda de mulheres vulgaríssimas, sem classe, sem grandes estilo que vem ocupando espaços na programação de TV, tendo como únicos atributos as protuberâncias glúteas e os peitos siliconados em extremos, ameaçando estourar os soutiens, surgem para salvar minha visão poluída, os meu bom gosto massacrado e o meu senso estético pisoteado, as moças dos estados brasileiros que participaram do Concurso Miss Brasil. Aí, sim tivemos um show de beleza, classe, elegância e refinamento. Moças belíssimas em trajes deslumbrantes desfilam na passarela leves e ligeiras como borboletas em revoada. Corpos femininos sem as protuberâncias glúteas das mulheres frutas, jovens que estudam, que somam à beleza física o cultivo do intelecto, que jamais fariam como ponto de interesse das suas pessoas um mísero piercing vulgarmente posto na genitália. Naquela passarela não havia bundas falantes. Lavei a alma.


O concurso Miss Brasil 2009 chegou num momento em que eu já estava saturada das “Frutas” do pomar carioca, cansada das mesquinhas figuras do BBB9, enojada das entrevistas boçais de ex-bbs desejosas de prolongar por mais uns minutinhos a fama transitória que lhes cabe, já em processo de extinção. Que venha o Miss Universo, que apareçam mais mulheres belas, inteiras, belas da cabeça aos pés e nos salve da visão fragmentada das mulheres bundas, das mulheres-piercing, das mulheres que, em muitos momentos, fazem-me sentir por elas a tal vergonha alheia. Pobres meninas, não escaparão da invasão da celulite, do despencar da toucinheira, que farão delas figuras dignas de uma tela de Brottero .


21 de julho de 2009

Quatro saias poderosas em ação!



No "Saia Justa" desta semana, o quarteto super afiado, formado por quatro mulheres inteligentes e, por isso mesmo, tão interessantes no que dizem e no que fazem: Maitê Proença, Monica Waldvogel, Betty Lago e Márcia Tiburi, vai fazer um interessante e abrangente raio-x dos homens, desde a idade greco-romana até os dias de hoje. Mas, a pauta do programa não ficará apenas nesta matéria. Os idosos também estão na pauta do programa desta quarta, 22. No quadro "Lado A" as saias recebem a centenária Maria Magdalena.

Com 105 anos, Maria Magdalena lança a pergunta: "Vocês colocariam idosos em um asilo?". As saias vão responder à questão na quarta-feira. Até lá, elas esperam que você dê sua opinião. É importante a participação de todos sobre este assunto tão polêmico e de tanto interesse. Vamos colaborar mandando as nossas respostas para Maitê, Mônica, Betty e Márcia no saiajusta@globosat.com.br. (Fonte GNT)

15 de julho de 2009

Beleza, elegância e glamour na passarela!



Por que se fala tão pouco nas belíssimas mulheres negras brasileiras que fazem carreira brilhante no exterior? Por que somente Gisele Bündchen centraliza as atenções de fotógrafos e colunistas? É lastimável tal descaso que relega à mais injusta marginalização mulheres afro descendentes elegantes, chics e lindas. Aplausos só para a escandalosa e barraqueira Naoni Campbell.



As jovens negras brasileiras que pontificam nas passarelas internacionais não tiveram a sorte de serem descobertas aos 14 anos, quando passeavam com as amiguinhas no shopping center – como acontece com muitas top models. Nem sei dizer como elas conseguiram chegar ao topo da fama. Poucas vezes vi fotos delas ou referências ao sucesso que fazem fora do país. Nas semanas de moda do Rio e de São Paulo, elas estão sempre minorias com escassos holofotes sobre suas pessoas. Somente as modelos brasileiras brancas são nomeadas, badaladas e notícia nas revistas de moda.


Parece que as belas e talentosas negras não existem. No entanto elas brilham, fulgurantemente, entre as estrelas da moda européia, americana e asiática. Emanuela de Paula, Gracie Carvalho, Ana Bela e Samira Carvalho são negras e atualmente integram o time das supermodelos brasileiras de sucesso internacional.

Na São Paulo Fashion Week, 2009, Graciele Carvalho, a Gracie, foi, não sei por obra de qual santo milagreiro, uma das modelos mais requisitadas da temporada. A campineira de 19 anos pisou na passarela envergando trajes de 23 das 39 grifes que apresentarão suas coleções do verão 2010.

“No último Fashion Rio ela desfilou para 20 estilistas. Sou maratonista de semana de moda”, brinca a top, que atualmente mora em Nova York e acumula trabalhos importantes como as campanhas das marcas GAP e Donna Karan. Filha de uma cozinheira e de um mestre de obras, caçula de 17 irmãos, Gracie batalhou para entrar no mundo fashion. Aos 15, foi finalista de um concurso de beleza no interior paulista e, empolgada com o resultado, veio para a capital procurar uma agência de modelos. Ela começou a desfilar no Brasil, mas logo recebeu convite para trabalhar fora.

Gracie considera positiva a promessa da SPFW em incentivar as marcas a contratar 10% de modelos afro-descendentes (cotas? N´est pas possible!) . “Vai ser legal ver mais garotas negras nos desfiles. Isso vai ajudar muitas meninas em começo de carreira”, opina a moça, que também faz ressalvas. “O chato é que pode rolar um desconforto, os estilistas se sentindo obrigados a escalar as negras...”. Claro que vai gerar não apenas desconforto para os estilistas como para as garotas. Mas, se é preciso obrigar os estilistas a serem menos racistas, que se façam as cotas... que se abram as portas para as meninas negras.

Opinião semelhante tem a top pernambucana Emanuela de Paula. “Acredito que essa medida vai mudar um pouco a cabeça das pessoas. O Brasil é um país de tantas misturas, isso tem que aparecer na passarela”, avalia a modelo. “Espero que no futuro, os estilistas coloquem mais negras em seus desfiles por vontade própria”. É isso mesmo! Enquanto não se resolvem a deixar de lado a discriminação, que venha a lei e os obrigue a pôr a beleza e a elegância das nossas negras na passarela em condição de igualdade com as magricelas brancas.

Aos 20 anos, Emanuela tem um dos contratos mais rentáveis do mundo da moda: é um dos “anjos” da grife de lingerie Victoria’s Secret. Caçula no seleto grupo formado por musas como Alessandra Ambrosio, Adriana Lima e Karolina Kurkova, a pernambucana é conhecida como “baby angel”. Emanuela confessa que no começo foi meio difícil fotografar só de calcinha e sutiã. Depois adquiriu confiança e descontraiu . O clima nas sessões é alegre e as outras ‘angels’ me receberam de braços abertos”.

Se Borges foi o “padrinho” no mercado brasileiro, no internacional Emanuela teve outra ajuda poderosa: a de Anna Wintour. Em 2006, a editora da revista Vogue americana declarou que a brasileira era “a modelo da temporada”. O suficiente para torná-la modelos das mais procuradas. Por conta dos trabalhos no exterior, a top não participa do calendário nacional de desfiles este ano.

Quem andava sumida da passarela da SPFW por conta dos compromissos internacionais era a paulistana Ana Bela, de 24. Nesta edição do evento, a top fez questão de marcar presença nos desfiles.


Ana Bela é estrela de marcas de maquiagem famosas. “Adorei essa medida de apoio às modelos negras. Quero ser mais uma delas nesta temporada”, comemora a top, que estará no desfiles da Ellus, Reinaldo Lourenço, Glória Coelho e Huis Clos. “Este mês era para eu tirar férias, mas fiz questão de estar aqui, participando desse momento histórico”. Os traços africanos fortes, como os lábios carnudos e o sorriso marcante, fizeram de Ana Bela uma estrela de marcas de maquiagem. No Brasil, ela estreou como garota-propaganda da grife Contém 1 Grama e no exterior fez as campanhas da Revlon, M.A.C. e Bobbi Brown. “Não sei, acho que me acham uma ‘nega’ bonitinha”, diz a modelo, aos risos. “No início desfilava bastante. Hoje prefiro fazer mais fotos e comerciais, que dão mais grana”.

Ana Bela garante que nunca foi vítima de preconceito, nem perdeu trabalhos por conta de sua raça. “A única mudança que fiz foi no meu cabelo, que era bem ‘black’ e dava um baita trabalho para os cabeleireiros nos camarins. Eu mesma tomei a iniciativa de fazer um amaciamento”.
Estréia com Gisele


Outra representante das top models negras nesta SPFW é Samira Carvalho, de 20. Há três anos, a paulista de Piracicaba venceu um concurso de beleza promovido pela revista “Raça Brasil” e de lá não parou mais. Além de campanhas para grifes nacionais como Osklen, Cavalera e Melissa, Samira já tem currículo de veterana na moda internacional. Em 2007, ela abriu e fechou o desfile da estilista belga Diane Von Furstenberg e participou da temporada de mais importante do mundo fashion: a semana de alta-costura de Paris. “Nos primeiros anos, fazia mais comerciais de TV. Quando fui contratada pela agência Ford Models, eles direcionaram minha carreira para o fashion”, explica a moça.

Nesta edição da semana de moda paulistana, Samira desfilou para 13 estilistas. “Adoro trabalhar no Brasil. Mato a saudade da minha família e dos amigos”, conta a modelo, que atualmente não tem endereço fixo: passa temporadas em Nova York, Paris e Milão, conforme o fluxo de trabalhos.

A estréia nas passarelas aconteceu em grande estilo. “Desfilei junto com a Gisele pela Zoomp, na SPFW. Você não imagina o quanto eu fiquei emocionada!”. Apesar da admiração pela topmodel brasileira, Samira revela que se espelha em outra estrela da moda. “A Naomi Campbell é meu referencial maior, claro. Negra, linda e top”.

10 de julho de 2009

Elas despiram-se com classe, glamour e beleza.


Mas, antes de focalizar o quarteto de ouro do BBB, dou um destaque para Íris Stefanelli, mais uma vez capa de uma revista, na qual tanto brilhou: A VIP. É isto mesmo, Íris, a linda Íris Stefanelli vai mostrar sua boa forma e estonteante beleza na revista especial "Hot Vip", que estará chegando ao público no mês de agosto. O ensaio mostrará Íris, como “a caipira”, tal como ficou conhecida no BBB7. O tema do ensaio foi bem escolhido, na medida em que remete para as origens de Íris e para o BBB7, onde surgiu o apelido, dado por Alemão.
Íris aparece de botas com franjas, chapéu de palha e em poses muito, muito sensuais, que incluem até um touro mecânico. "Ando muito bem a cavalo. Montei no touro e me senti tão à vontade... Parecia que eu estava no interior. Fiz caras e bocas, disse a bela Caipira. “Meu primeiro namorado tinha uma chacrinha e eu buscava o gado no pasto porque ele tinha medo. Eu era terrível, ninguém podia comigo", contou ela à publicação. Vale lembrar que Íris, quando posou para a Playboy, foi a capa mais vendida de 2007. Será que a moça repete o feito? Aposto que sim.


Depois de tanta poluição visual com as “Melancias”, com a pseudo Miss Fernando de Noronha e com as apelações da mulher Jaca e seu badalado piercing genital, veio em mim, como uma exigência profunda de meu bom gosto, a decisão de contrapor a tais imagens deploráveis a de outras mulheres que encantaram multidões com seu carisma, beleza e classe: Grazi, Íris, Gyselle e Francine. Todas surgidas no BBB, tal como Miss piecing e Miss (miss o que mesmo?)

Agora, vamos às quatro mulheres mais lindas que passaram pelo BBB: Grazielle Massafera (bbb5), Íris Stefanelli (bbb7), Gyselle Santos (bbb8) e Francine Piaia (bbb9). Elas não são apenas mulheres lindas, carismáticas e glamourosas, são mais que isto, mulheres moralmente bem formadas, que se respeitam e têm sempre uma postura digna, ética e correta na vida social, notória na própria maneira como realizaram seus ensaios sensuais para a Play Boy.

Grazi foi a capa da Play Boy na edição do aniversário da revista em 2007. Apesar da capa discretíssima, apesar das fotos sem exageros na exposição frontal, a revista vendeu muito mais que todas as outras do mesmo ano. Com fotos feitas no campo e em ambientes fechados, eram todas de um bom gosto indiscutível. As fotos campesinas foram as mais belas, poéticas e esteticamente perfeitas, enquadrando a bela Grazi num cenário bucólico primaveril de cunho nitidamente romântico. (As borboletinhas foram postas por mim, em respeito à Grazi, evitando sua exposição aqui).

Todas as fotos ao ar livre contaram com a sensibilidade do fotógrafo, com seu senso estético, com a delicadeza das poses, todas naturais e despojadas de qualquer expressão de sensualidade exagerada, de malícia, de provocação erótica.


Nas fotos feitas em ambientes fechados, vemos a mesma postura discreta, a mesma busca de poses naturais, sem caras e bocas típicas da apelação sensual rasteira.


Saltando o BBB6, por não valer a pena perder tempo com a bizarra figura de Mariana Felício, chego ao BBB7. Neste , tivemos aquele estardalhaço de loura que é Íris Stefanelli, a nossa linda Siri, a nossa formosíssima Caipira, talvez a mais bela mulher que passou pelo programa.


O ensaio de Íris foi refinadíssimo, como o de Grazi, desde a capa até a derradeira foto, todas recatadas e discretas, na mesma linha lançada por Grazi. Feitas em um Palacete, o tema de Maria Antonieta, Rainha de França, serviu de inspiração para ao trajes, acessórios e cenário das fotos. O fato de serem discretas, sem poses apelativas para saciar a o voyeurismo libidinoso da homarada, afeita ao erotismo rasteiro e melancioso, a revista foi um sucesso de vendas, superando a vendagem da de Fani, apesar do apelo sexual desta.


No BBB8, tivemos Gyselle. Uma morena de lábios carnudos, de rosto belíssimo e dona de um corpo escultural. Ela apaixonou uma imensa torcida, da qual faziam parte blogueiros/as de peso na blogosfera. Sua capa foi das mais bonitas.

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O ensaio realizado num casarão antigo propiciou fotos incríveis, como esta feita em um dos quartos da mansão antiga. Esbelta, com uma cintura fina, seios fartos e bumbum redondinhos, a bela Gyselle fez uma capa da VIP esplendorosa. A Cajuína foi a verdadeira campeã do BBB8, prejudicada pela prepotência de Bombomzinho. As maledicências caluniosas contra a Cajuína foram as mais ignominiosas que já vi, depois das que proferiram contra Pink.

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Recentemente, tivemos a alegria de ver no BBB9 a personalidade carismática, marcante e forte de Francine Piaia. A beleza , que tão bem escondeu na casa dos confinados, irrompeu imponente e definitiva nas páginas da revista Play Boy.



São mulheres como estas que enchem de orgulho nós mulheres que tanto batalhamos pela valorização do feminino, por conquistas valiosas, pelo respeito à dignidade q aos direitos das mulheres. Com a mentalidade que tenho, não consigo digerir as indigestas melancias, jacas, moranguinhos e outras frutas do surrealista pomar carioca que tem na super melancia o ícone da vulgaridade e da sensualidade rasteira.


Não consigo perceber o sentido desse conceito de beleza que faz de uma deformidade, de uma anomalia glútea um estandarte de beleza. Não consigo engolir a mentalidade de uma mulher que faz do seu piercing genital assunto para entrevistas, recurso para captar as atenções para sua pessoa, além de cultuar seu hiperbólico traseiro como se fosse seu tesouro. É surrealista demais para meu gosto afeito a coisas mais refinadas




5 de julho de 2009

Hoje a festa é minha, hoje a festa é nossa!




Minhas amigas e meus amigos, preciso partilhar com vocês a minha grande e inenarrável alegria dessa tarde, talvez a maior já sentida desde 2005. Vocês imaginem aquele tipo de alegria profunda que sentimos ao ver diante dos nossos olhos o objeto de nosso desejo, inteiraço... Ai, Jesus! Imaginem o que foi poder tocá-lo, passar-lhe as mãos, aconchegá-lo junto ao coração, num abraço que era mais da alma que do corpo. Imaginem o que significa realizar um grande sonho, tantas vezes adiado, já julgado perdido, como tantos outros que se dispersaram na poeira das estrelas... E, de repente, o sonho engavetado, relegado ao olvido, ressurgiu das sombras com a força e o ímpeto das grandes tempestades.


Ainda estou com um sorrisão dentro de mim. Já pulei, já chorei, já dei risadas e muitos beijinhos nele. Já fiquei olhando embevecida, chamei-o de lindo, de fofo, de tesão de minha alma, deitei na cama com ele sobre meu coração, deixei-o no meu colo bem juntinho de meu peito, enquanto passavam em minha mente minha luta por ele, em Lisboa, no Rio, em Recife...foram tantas as viagens, atravessando o oceano inexorável e profundo que me separava das possibilidades de realizar meu projeto. Quase sufoquei de emoção ao sentir o seu cheiro especialíssimo de papel novo, de tipografia, cheiro de azul, a cor do beijo!

Pois é, toda essa emoção tomou-me de assalto, ao receber um pacote, abri-lo e deparar-me com o volume do novo livro, recém impresso pela Editora Mulheres, em Santa Catarina, que escrevi juntamente com duas outras professoras, numa parceria feliz entre três amigas que quiseram estudar, pesquisar e crescerem juntas na literatura e no esforço pela valorização da Mulher. A pesquisa inicial data do ano de 1985. Começou nos acervos bibliotecários portugueses do Brasil, continuando em Portugal, com o apoio de uma bolsa de pesquisa concedida pela Fundação Calouste Gulbenkian que me possibilitou dar prosseguimento às pesquisas em algumas bibliotecas de cidades portuguesas.

Em 1987, os trabalhos foram suspensos devido ao afastamento de duas das pesquisadoras para realizarem o doutorado: Constância foi para a USP e eu fui para Lisboa. Retomamos as pesquisas cinco anos depois, mas as dificuldades foram aparecendo, o desânimo chegando, uma das pesquisadoras -Diva Cunha- aposentou-se e, pouco depois, a segunda parceira – Constância - pediu a aposentadoria e mudou-se para Belo Horizonte, sua terra de origem, onde reside. Neste ponto, tornou-se impossível continuar e o projeto foi engavetado até 2007, quando decidimos não abrir mão do nosso sonho, já adiado para este século. Convidamos Conceição para completar o trio, tocamos a trabalhar e o resultado aí está. Obrigada, Deus!

Este Dicionário reúne cerca de dois mil verbetes com informações biobibliográficas acerca de escritoras portuguesas surgidas a partir do século XV até à contemporaneidade, incluindo as nascidas nas ex-colônias e no estrangeiro que publicaram suas obras em Portugal. Com ele, suas autoras, pretendem resgatar do esquecimento as escritoras e as suas obras relegadas ao olvido e ao limbo literário pelo descaso de historiadores e estudiosos da literatura que, sistematicamente, ignora suas existências em suas publicações. Nosso objetivo é contribuir para tornar a Literatura Portuguesa (bem como a brilhante trajetória literária das mulheres lusitanas nas letras) mais conhecida e mais apreciada.

Simone Pereira Schmidt (UFSC/CNPq) escreveu, na orelha do livro, palavras que fazem justiça ao nosso trabalho. É estupenda a sutileza com que ela captou o espírito do nosso projeto, como percebeu a importância do nosso trabalho para as pesquisas literárias.

“Tinham razão as famosas três Marias ao se perguntarem, nos anos 70 que já são história: ”mas o que pode a literatura? Ou antes: o que podem as palavras?´ Sua pergunta ecoava num tempo em que as mulheres, em Portugal, ainda lutavam contra um espesso manto de silêncio, a encobrir cada uma de suas palavras, de forma aberta ou velada, mas de todo modo violenta. No entanto, sabemos hoje, as mulheres em Portugal, como em outras partes do mundo, sempre encontraram formas de se expressar, anda que silenciadas, censuradas ou simplesmente ignoradas. Já na origem dessa literatura, encontramos seus cantos de trabalho, de amor e de folguedos, que serão incorporados à tradição como “cantigas de amigo”.

Na forma como tais cantigas passou a integrar o cânone ocidental, percebemos, como assinala Ria Lemaire, o processo de desaparecimento de ricas tradições orais em que predominava a autoria feminina. Este processo se estende, de modo mais ou menos contínuo, perpetuando a hegemonia de uma cultura escrita e predominantemente masculina, até a década de 50, não se encontram nesta tradição literária, os rastros de uma genealogia feminina. Nesse sentido, o trabalho de Constância Lima Duarte, Conceição Flores e Zenóbia Collares Moreira, dedicado a recolher, reunir e dar forma inteligente e sensível às informações dispersas sobre tantas escritoras em Portugal, vem alterar significantemente esta história de imperdoáveis esquecimentos e lacunas.

Do século XV até o presente, encontramos, neste Dicionário de Escritoras Portuguesas, as vozes de duas mil mulheres a manifestarem suas lutas e sofrimentos, suas alegrias e amores. Encontramos, enfim, o registro escrito, nas mais variadas formas, de uma experiência feminina que, infelizmente, não se perdeu. Resultado de um respeitável empreendimento de pesquisa, este Dicionário nomeia e celebra as escritoras do passado, e dialoga também, com igual vibração e rigor acadêmico, com as escritoras do presente. Tal procedimento nos faz recordar as palavras de Virginia Woolf, quando afirmava que, através do nosso trabalho, a “irmã de Shakespeare” encontra sua chance de nascer, “extraindo sua vida das vidas das desconhecidas que foram suas precursoras”.

A concretização de um projeto como este renova nossa certeza no caráter transformador da crítica feminista, que alterou definitivamente o cenário da história literária, promovendo, como vemos nestas páginas, o encontro das escritoras que, em diferentes momentos da história, recusaram o silêncio”.

2 de julho de 2009

Onde estão as pérolas negras do Brasil?


O Brasil é considerado um país de belas mulheres, especialmente de belas mulheres negras comprovado prodigamente em época de carnaval, quando irrompe na passarela da Avenida Sapucaí uma quantidade considerável de mulheres negras, cada uma mais esplendorosa e estonteante que a outra. No programa de Netinho – A mais bela negra do Brasil, apresentado na Rede Record em 2005, – vi, surpreendida e encantadíssima, um estardalhaço de beleza e negritude naquelas centenas de elegantes, altas, esbeltas, exuberantes e magníficas deusas de ébano, lindas da cabeça aos pés, sem silicones, sem lipos, sem plásticas, sem megahair, apenas com o que a natureza e o DNA da vigorosa raça negra lhes legaram.

Todavia, qual foi a repercussão que o evento teve na mídia? Onde estão essas meninas maravilhosas? Eram centenas delas vindas de quase todos os estados brasileiros. Não as vejo nas passarelas das semanas de moda do eixo Rio/São Paulo, não as vejo participando dos concursos estaduais do Miss Brasil. Não encontrei sequer uma foto da vencedora do concurso, Fernanda Santos. Isto eu não consigo entender, tampouco aceitar, pois se trata de uma belíssima jovem.

Em cada concurso para a escolha de Miss Brasil, eu me pergunto onde estão as espantosamente lindas mulheres negras do nosso país que não se inscrevem, em seus estados, para participarem do evento? Medo da discriminação, do preconceito camuflado em risos e tapinhas nas costas? Como posso entender que num país mulato como é o Brasil, com uma população miscigenada, na qual apenas uma minoria pode se considerar da raça branca, não tenha pelo menos um terço das candidatas afro-descendentes? Já tivemos misses negras, representando estados do sul e sudeste. A Miss Pernambuco 2009 é negra e linda.






Quem ainda se lembra do nome da miss Brasil 1986? Quem sabe que ela era uma negra estupenda. Pois é, Deise Nunes de Souza, Miss Rio Grande do Sul, foi a primeira negra a conquistar o título de Miss Brasil. Ela foi a quarta representante dos gaúchos a ser coroada Miss Brasil, em concurso realizado na cidade de São Paulo, no dia 17 de maio de 1986.




Descoberta em 1984 pelo então diretor social do Sport Club Internacional, Paulo Franchini, representou o clube no concurso Rainha das Piscinas do mesmo ano, sendo a vencedora de um dos certames de beleza mais importantes do seu estado na época. Foi a primeira negra brasileira a disputar o Miss Universo, sendo uma das semifinalistas. Ainda foi a segunda colocada no quesito traje típico.

Após fazer sua sucessora, Deise passou a ser destaque no carnaval carioca, desfilando por alguns anos como rainha de bateria da escola de samba União da Ilha. Só deixou o posto após o carnaval de 2004. Muito requisitada para desfiles e para fazer capas de revistas, a bela jovem coleciona muitos sucessos em sua carreira de modelo.

Em 1988, Deise fez uma ponta num dos episódios do seriado Tarcísio e Glória (já extinto), na Rede Globo. Na mesma emissora, foi convidada do júri do Cassino da Chacrinha em algumas ocasiões. Na primeira aparição, exibida em 23 de março de 1987, ela ainda era Miss BrasiL




Atualmente, ainda uma bela mulher, Deise comanda o programa de televisão Terceiro Setor, exibido em um dos canais da NET Porto Alegre. A experiência a estimulou na decisão de trocar as passarelas do carnaval gaúcho (a última escola em que desfilou foi a Unidos de Vila Isabel) pela vida acadêmica, no início de 2007. Agora, ela pretende fazer curso de jornalismo. Em 2003, foi jurada do concurso de Miss Brasil no qual elegeu Gislene Ferreira como a mais bela do país. No ano seguinte, ela e outras 31 eximisses Brasil foram homenageadas na festa de 50 anos da Miss Brasil, realizada em São Paulo.