2 de abril de 2011

Sexo casual, sexo pelo sexo... e nada mais!

Depois do BBB11, cheguei à conclusão de que precisava pesquisar, estudar e refletir para tentar compreender os comportamentos sexuais das mulheres participantes do programa, a promiscuidade, a depravação que provocaram a minha perplexidade e repulsa, por não estar habituada a ver tudo quanto vi ser praticado na casa mais orgiástica do país. Se o que vi causou-me espanto, isto se deveu ao fato de nunca ter testemunhado no meu círculos de amizades e no âmbito da minha família, nada que se assemelhasse à degradação moral daquelas mulheres. 
Causou-me espanto, também, o entusiasmo da maioria dos blogs pela mais escandalosa participante: Maria, a que fizeram a campeã do programa. Uma mulher que, mesmo tendo uma mesada excelente para se manter, mesmo pertencendo a uma família decente, meteu-se com o sub mundo do sexo virtual, protagonizando depravadas cenas erótico-pornôs para vídeos que podem ser vistos na NET, juntamente com uma enorme quantidade de fotos despida, em atitudes rasteiras, sórdidas. E o mais grave: ela nega ter feito tais vídeos e tais fotos. Mente. Eu vi tudo. 

Dizem que a maioria das pessoas que votam nos paredões do BBB são mulheres. Se votaram em Maria, só posso concluir que aprovam e aplaudem os seu comportamento promíscuo dentro e fora da casa, como aprovavam o de Diana, tão promíscua quanto Maria. O que pensar então? Apesar de saber que grande parte das mulheres não aderiram à bandalheira sexual, a proporção das mais jovens que se identificam com as mudanças e com a liberdade ilimitada tende a aumentar... E é aí que está o perigo. 

Em minhas buscas, encontrei farto material sobre o assunto que procurarei trazer para o blog, objetivando ensejar às pessoas que nos visitam uma reflexão acerca da questão. Tomarei como ponto de partida um texto da Redação da Rev. Época que aborda muito bem o tema, ao qual acrescentarei meus comentários.

SEXO... E NADA MAIS

“Em um animado papo entre amigos num boteco, ontem, uma amiga disse que não deixava nenhum homem dormir no apartamento dela. Acabada a diversão, cada um pra sua cama. Nada de dormir junto ou ficar vendo filminho abraçado. Café da manhã no dia seguinte, nem pensar. Assim, irredutível. Por coincidência, ontem também li um post no blog The Frisky sobre sexo casual. Falava exatamente da mudança de comportamento das mulheres em relação ao sexo. 
O artigo contava como as britânicas estavam cada vez mais adeptas do “trophy sex” (sexo como troféu), comportamento tipicamente masculino, de levar uma parceira para cama e torcer para ela virar pizza depois do orgasmo, e citava a estatística de que o número de mulheres em busca de sexo casual nos sites de relacionamento aumentou 20% nos últimos 5 anos. Há mais ou menos um mês, conversei com a psiquiatra Carmita Abdo, da USP, que coordenou a maior pesquisa sobre sexualidade do brasileiro, a Mosaico Brasil, divulgada no final do ano passado. 
Um dos resultados que mais chamou a atenção dela na pesquisa foi justamente a mudança de comportamento da brasileira em relação ao sexo. Ela disse que elas diferenciam muito bem sexo de amor e praticam sexo casual quase com a mesma desenvoltura dos homens. Será que nós, mulheres, estamos mesmo ficando mais racionais em relação ao sexo? E os homens, será que estão curtindo serem “a pizza” da vez?” (Redação Época )


Com certeza as mulheres andam mudando seu comportamento… Na verdade eu não diria ‘mudando’, acho que andam é incorporando o comportamento masculino. Curiosamente, assumem um comportamento que elas mesmas sempre reclamaram. O romantismo, o glamour que havia nas relações amorosas apoiadas no sentimento parecem ser coisas de um passado longínquo, foi suplantado pelo sexo casual, ou seja: sexo pelo sexo.

O fato é que o sexo casual está cada vez mais em moda. A mulherada já encara essa modalidade com tranqüilidade, habilidade e muito prazer. Sem precisar se prender ou dar satisfações ao bonitão da vez. Agora são os homens que ficam preocupados em serem usados, feitos de objetos (ou de pizza). O que se verifica é uma total inversão de papéis. No entanto, nunca foi tão fácil para o homem transar, nunca foi tão fácil pegar mulher, de graça, saudável e, em alguns casos, que paga a conta do motel. A grande questão é que essa “putaria” generalizada impede a formação de relacionamentos duradouros. A maioria das pessoas não consegue estabelecer um relacionamento sério. Já ouvi um sobrinho meu dizer, “ainda bem que eu já casei. O padrão moral das mulheres está tão baixo que se eu tivesse que procurar esposa agora, decerto que logo desistiria”. 

Os relacionamentos estão mesmo muito superficiais, porque as pessoas priorizam apenas a superfície, tornaram-se frívolas, promíscuas e vulgares. Sequer fazem questão de conhecer melhor as pessoas com quem transam. Isto não interessa, em alguns casos nem o nome do parceiro casual e descartável sabem. Como toda causa gera um efeito, os homens também estão ficando indiferentes às mulheres. Eles perderam os papéis que desempenhavam. Gostavam de ser machos garanhões que viam nas mulheres apenas uma vagina, apreciavam dominar a situação, ter as mulheres ao seu dispor, ter trabalho, enquanto elas ficavam fazendo o curso normal, casavam-se virgens se tornavam dependentes do marido.

Eles se ferraram. Elas passaram a ser maioria nas escolas, nas faculdades, já empataram nas médias gerências, já estão tomando as diretorias, ou seja, foram à luta. O homem ficou sem papel. Mas redescobriram a si mesmos e estão levando vida própria, não dependendo tanto das mulheres. Muitos moram sozinhos e assumem as tarefas domésticas. 

Esse comportamento feminino promíscuo vai contra tudo que as mulheres raclamaram antes de aderirem à masculinização das suas atitudes em relação ao sexo. Passaram a agir da mesma forma execrável que os homens promíscuos, repetindo seus piores comportamentos. 

Será que “dar o troco” usando os mesmos artifícios masculinos é uma opção acertada? Não. É um tiro no pé. Estão confundindo liberdade com libertinagem. Estão fazendo do sexo casual o centro das suas vidas, sem se darem conta de que estão abrindo mão da feminilidade, do amor, da maternidade, da família. Vidas vazias e uma desesperada corrida para festas, baladas, bares, bebidas que, ao fim e ao cabo, não preenchem os vazios de sua incompletude. Muitas findam relacionando-se com mulheres, daí o avanço da bisexualidade e do lesbianismo. Mas este é assunto para outra postagem.

Há muitos homens e mulheres que aplaudem a mudança e as audácias femininas, Há que Háquebrando paradigma e implodindo tabus, assumindo o que há de pior nos comportamentos de grande parte dos homens, como: promiscuidade, depravação, beber excessivamente, ingerir drogas, falar palavrões, assédio, tomar bombas, fazer musculação pesada em busca de uma aparência masculinizada, etc. Oh! Almas atrapalhadas!"

E você, o que acha de tais mudanças? 



2 comentários:

Camila disse...

Eva, acompanho você há muito tempo, mas nunca comentei. Acho que você é uma mulher extremamente inteligente e articulada, que tem opiniões bem refletidas e coerentes.
Porém, entendo que você vem fazendo uma injusta generalização sobre o comportamento das mulheres de hoje, ao mesmo tempo que compactua com o machismo ainda fortemente arraigado na nossa sociedade, que apregoa que aos homens tudo é permitido, mas as mulheres devem se recolher à sua insignificância.

É claro que existem muitas mulheres (que estão na mídia, principalmente), que utilizam o sexo como uma coisa banal, como um divertimento sem maiores questionamentos, mas acredito que a grande maioria das mulheres continue vendo o sexo como algo sublime, particular e decorrente dos sentimentos, e que passem isso para suas filhas, como eu mesma. Falo das mulheres normais, comuns, aquelas que carregam o piano do dia a dia da família e do trabalho sem reclamar, e não daquelas que participam de um jogo televisivo, que deve servir apenas como entretenimento, nunca como exemplo para a juventude ou modelo de comportamento
Não tenho preconceito de nenhuma ordem e acredito firmemente no lema: “viva e deixe viver”, ou seja, que cada uma possa agir de acordo com sua consciência desde que assuma as conseqüências dos seus atos.
Finalmente, espero ter entendido mal a sua colocação, porque penso não ser possível que alguém do seu nível intelectual acredite que uma mulher se tornaria lésbica ou bissexual apenas para preencher “os vazios de sua incompletude”. Como todos sabemos hoje, a orientação sexual é uma condição e não uma opção. Aliás uma condição que ainda trás muita angústia e sofrimento exatamente devido ao preconceito.
Espero estar contribuindo para o debate, e não posso deixar de dizer que te admiro muito, mesmo não concordando com você. Beijoss

Eva/RN disse...

CAMILA,

Você tem razão ao me censurar por ter generalizado. Claro, que não considero todas as mulheres incluídas na onda de promiscuidade e devassidão que assola grande parte da juventude e muitas pessoas não tão jovens. Agradeço a você pelo comentário, por sinal, excelente, educado e atencioso. Um abração.