17 de março de 2015

Babilônia...


Maravilhosas como vilãs.
Decepcionou-me o primeiro capítulo da novela Babilônia da Globo. Minha impressão foi de estar vendo algum remake das novelas da Record que primam pelas cenas violentas, pelo foco nas mais obscuras partes da alma humana, sempre prodigalizando cenas chocantes de vilania e de bandidagem.
Por isto mesmo deixei de acompanhá-las. Só não esperava ver a Globo seguindo as pegadas da emissora rival no que ela tem de pior. Se bem que nas séries bíblicas, A Record é imbatível, como poderemos constatar na nova produção - Os Dez Mandamentos - que deverá estrear amanhã.

Babilônia traz de volta um casal lésbico, trocando beijo na boca, logo nas primeiras cenas. Fernanda Montenegro e Natália Timberg são casadas e vivem uma história de amor há trinta anos. 
A cena não chegou a ser chocante, as atrizes têm tanta classe, são tão naturais e estilosas, que suavizaram a cena com a ternura e o carinho que passaram. Apesar de não gostar de exploração do homossexualismo em novelas, acredito que se for bem conduzida pode contribuir muito para combater o homofobismo e o preconceito contra a parcela da população que têm orientação homossexual. 
Adoro ver estas duas damas da dramaturgia! Tudo que elas fazer brilha, qualquer papel em suas mãos vira um deleite para quem assiste a trama.
O que abominei na novela foi o nível altíssimo de violência, maldade, conflitos humanos, a vilania galopante, crimes de todo tipo, assassinatos e muitas pessoas maldosas, ambiciosas, galhordas, Em contrapartida, senti que vai abordar de forma crítica temas atuais de interesse geral, como a corrupção generalizada, o sistema de saúde corrompido, as falcatruas nas filas de transplantes de orgãos, a indigência em que vivem os pobres mendigando um atendimento decente nos postos de saúde e hospitais públicos, etc.
Talvez tenha me assustado a forma como começou com força total, com um capítulo cheio de reviravoltas, intrigas e até um assassinato brutal praticado por Beatriz (Gloria Pires), uma mulher acostumada a ter tudo que sempre quis que retorna ao Brasil, falida , depois de anos morando fora. Com Inês(Adriana Esteves), amiga recalcada de adolescência de Beatriz, que vê na reaproximação com esta a chance de mudar de vida. 
O reencontro não é nem um pouco amigável e, depois de ser humilhada, Inês grava um vídeo íntimo de Beatriz com seu amante, o motorista do seu noivo milionário, conquistado por meio de muita esperteza . Agora, ela tem em mãos uma arma poderosa que vai uni-la para sempre à amiga por quem sempre foi obcecada. Acuada, Beatriz comete um assassinato e arma um plano para colocar a culpa em Inês. As duas iniciam um perigoso jogo de equilíbrio de forças.
Já deu para perceber que essa história vai ser forte, pesada e sombria. 
a querela entre Regina,Beatriz e Inês mostra a força das duas personagens femininas. Entretanto, não são apenas elas que vão brilhar. Escrita por três homens, e com outros grandes personagens, a trama também tem importantes representantes masculinos. “
As três mulheres fortes são cercadas de homens também muito interessantes, com uma trama de politica e corrupção, que tem uma pegada masculina também”, explica o autor Ricardo Linhares e João Ximenes Braga concorda: “O que costura a novela são as três mulheres, mas tem várias outras coisas que acontecem com ela”.
O próprio Gilberto elogia e apresenta alguns personagens: “Eu gosto muito do herói, que é o papel do Thiago Fragoso, o Vinícius. Temos o Cassio Gabus Mendes fazendo um milionário corrupto. Temos Gabriel Braga Nunes em um papel interessante, que sempre tem em todas as minhas novelas, mas cada vez é uma coisa. É o megalômano, o cara que tem mania de grandeza, que acha que pode tudo, que enrola os outros, e o papel está saindo bem engraçado. Tem o Marcos Palmeira que é um político corrupto, prefeito de uma cidadezinha fictícia, Jatobá”.
Vamos ver como vai se desenrolar a trama... Espero a
que não seja um repeteco do que vemos nos programas do tipo Cidade Alerta,  nos noticiários sobre as sujeitas na Petrobrás e no Congresso Nacional.  Baixaria já temos demais, não precisamos ver novela para ficar sabendo. 

Um comentário:

Jane disse...

Vou assistir os Dez Mandamentos.Não aguento mais cenas e personagens repetitivos da grobo, nem seus enredos cheios de vilania e maldade