29 de abril de 2016

Como se tuas mãos fossem asas de anjo!


Que os teus braços me envolvam como se as tuas mãos na minha cintura fossem asas de anjo. 

Toca-me mansamente e leva-me ao som da melodia sedutoramente envolvente. 

Leva-me para espaços inebriantes onde as tuas mãos me amparam nos sons musicais suaves e entontecedores que nos cadenciam os passos ao ritmo que nos leva, sem gritos, sem memórias, sem apelos que provocam e seduzem como se o ontem não tivesse acontecido.

Há tanto ritmo no meu corpo e há tanta sedução em ti. 

Vem comigo alegrar a vida ao compasso da melodia que nos une, quero ser a rosa que te prende com a sua fragrância. 

A valsa parou e nós paramos, sem som e sem magia sentimos a paixão que nos segreda. 

Comove-me a ligeireza do teu toque acetinado, mas não há, efetivamente, amor maior do que aquele que nos sabe agarrar, prender, enfeitiçar com um sorriso, um olhar e um toque quase imperceptível que nos abre o coração.

(Maria Elvira Bento, poetisa portuguesa. Blog: Brumas de Sintra)
(Foto: Elie Saab)


26 de abril de 2016

As medonhas perucas de Ana Maria Braga



Conhecida pelas constantes e medonhas mudanças de visual, Ana Maria Braga, graças às muitíssimas e medonhas perucas que costuma usar, surpreendeu os espectadores ao aparecer nesta segunda-feira (25) com uma espantosa e juvenil franjinha no "Mais Você". Pelamorrrr! 
Na internet, como não poderia deixar de acontecer, o novo e inadequado cabelo da loura não foi aprovado por muitos internautas de bom gosto e até rendeu piadas e memes.


"Toda manhã uma surpresa ao ligar a TV e ver o cabelo da Ana Maria Braga", escreveu uma. "Pensei que meu cabelo não tinha acordado muito legal hoje mas liguei a TV, vi o da Ana Maria Braga e o pensamento mudou", brincou outra. "Ana Maria Braga tem o dom de a cada dia ficar com o cabelo mais feio" e mais ridículo, opinou mais uma. Que situação!
Ana Maria, que diz ser namorada do piloto americano Bill, com quem apareceu recentemente em foto, após boatos de separação, foi aconselhada por outros a voltar com um visual antigo. Não que fosse menos excêntrico e inusitado, mas era, pelo menos, mais adequado.

"Meu Deus! Esse cabelo da Ana Maria Braga está muito inapropriado e brega para ela! Vai, Ana Maria, volta a usar os curtinhos, mesmo que sejam tenebrosos, alguns parecendo uma galinha arrepiada, são muito menos estapafúrdios! 
Socorro!", comentou outro. "E esse cabelinho de palha de milho, de boneca velha da Ana Maria Braga?", questionou-se mais um.

Além dos fios, o look da loira, invariavelmente é de alto mau gosto - uma blusa rosa fluorescente, com cropped preto e jeans - também não caiu no gosto do público, nem poderia, né lindinha? Com 67 aninhos de idade, menos será sempre mais. Se fosse menos over, mais discreta e se vestisse em conformidade com os preceitos da elegância, não seria alvo de críticas tão acachapantes, como as que se seguem:

"Minha amada, que roupa é essa? Meu bem, hoje você está o extremo de feia. Me desculpe!", afirmou uma. 
"Você não é mais novinha querida, aceite sua idade, fofa", afirmou outra sobre a roupa de Ana Maria, que completou 67 anos no começo deste mês.

Eu, pessoalmente, não aguento o besteirol que rola no programa da loura sem noção, especialmente quando se mete a filosofar e, ai Jessuisss!..É um Deus me acuda! 
A peruca longa acentuou mais a magreza da apresentadora, as faces encovadas, pioradas pela maquilagem pesada. Já chega o riso congelado e a rigidez facial resultantes da carga pesada de botox...
Boninho é o diretor do programa Mais Você, bem poderia forçar uma repaginada na aparência desfocada da loura, providenciar umas roupitas de bom gosto e um cabelito discreto e estiloso. 
Bom mesmo seria que fizesse um bom churrasco do papagaio José, um chatildo de galochas, falastrão como a dona e não menos breguinha. Afff! Como estou malvada!

Autoira: Marilise Gomes, (com modificações feitas por mim)

17 de abril de 2016

Cirurgia Plástica X Cicatrizes


Para especialista em Cirurgia Plástica, o que os cirurgiões buscam é minimizar os efeitos das cicatrizes, buscando colocá-las em locais pouco visíveis ou então coincidindo com as chamadas “linhas de forças naturais”, que são as marcas já existentes no corpo, ou nos lugares que ficarão cobertos por biquínis e/ou sungas ou por pêlos e cabelos.
Fazer uma cirurgia plástica e corrigir aquele “defeitinho” que tanto incomoda é um desejo da maioria das pessoas, principalmente as mais vaidosas. Entretanto, o que muitos não sabem é que, a cirurgia plástica não realiza milagres, e esquecem que todas as cirurgias plásticas deixam como “brinde”, uma cicatriz.
Isso acontece porque a cicatriz é gerada pelo corte feito na pele, e independente do tipo de sutura utilizada para juntar novamente a pele, o resultado final será, irremediavelmente, uma cicatriz.
Mesmo com as mais modernas técnicas de sutura e até mesmo o uso das chamadas “colas biológicas” não tem como escapar desse fato.
Segundo a Dra Deusa Pires Rodrigues, especialista em Cirurgia Plástica e Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o que os cirurgiões buscam é minimizar os efeitos das cicatrizes, buscando coloca-las em locais pouco visíveis ou então coincidindo com as chamadas “linhas de forças naturais”, que são as marcas já existentes no corpo, ou nos lugares que ficarão cobertos por biquínis e/ou sungas ou por pêlos e cabelos.
No quesito cicatrizes existem algumas modalidades cirúrgicas que aparentemente não deixam nenhuma marca, tais como as cirurgias de nariz e queixo, porque nestes casos as cicatrizes ficam por dentro do nariz e da boca.
Existem ainda áreas favoráveis a uma cicatrização mínima, como por exemplo, em algumas regiões do rosto, preferencialmente as pálpebras.
Além da cicatrização mínima, esse procedimento é favorecido pela presença do sulco natural dos olhos, que é exatamente onde se “esconde” a suave cicatriz.
Outro exemplo de cicatriz ocultada por sulcos naturais é a cirurgia de orelha, onde a incisão é feita bem na fenda natural, dando a impressão que não existe nenhuma cicatriz por ali.
A colocação de próteses nas nádegas também segue essa regra: a incisão é feita na prega interglútea.
Já outras regiões são favoráveis por causa da diferença de cor, como no caso das mamas. Então as cicatrizes ficam exatamente na transição da aréola (parte mais escura do peito) com a pele mais clarinha, e dessa forma ficam imperceptíveis.
Alguns procedimentos, no entanto, são particularmente, favoráveis no quesito cicatriz.
A lipoaspiração lidera o ranking, até porque suas incisões têm apenas 4 mm e podem ser localizadas em áreas normalmente cobertas (marca do biquíni).
Entretanto, é sempre bom lembrar que a lipoaspiração não é método de emagrecimento, e em alguns casos não resolve o problema de excesso de gordura na barriga, sendo necessário primeiramente perder peso e posteriormente a realização de outro tipo de cirurgia para remoção das sobras de pele.
As cirurgias que deixam as incisões mais evidentes são a mamoplastia (redução ou elevação das mamas), cicatriz em forma de T invertido, e a abdominoplastia (remoção de pele e gorduras abdominais), que geralmente deixa uma incisão que vai de um lado ao outro na região do quadril.
Nesses casos o médico deve deixar bem claro aos pacientes quanto ao resultado final para que se avalie a relação custo/benefício desse procedimento.
“É fundamental analisar bem se o problema que a leva a submeter-se a cirurgia, incomoda mil vezes mais que a possibilidade de uma cicatriz mesmo que visível”, comenta a Dra. Deusa.

Onde se localizam as cicatrizes nos locais cirúrgicos:

Olhos - sulco palpebral e rente aos cílios inferiores;
Orelhas – sulco atrás das orelhas;
Nariz - dentro das narinas;
Queixo – dentro da boca, na gengiva;
Eliminação de rugas – pregas pré e pós-operatória e rente a raiz do cabelo;
Braços – em T na prega axilar estendendo-se até cotovelo;
Diminuição de mamas – em T invertido ou vertical;
Prótese de seio – axila, sulco mamário, circo inferior (semicírculo) da aréola;
Próteses de bumbum – prega interglútea;
Outros tipos de próteses – pregas naturais;
Cirurgia pós-obesidade – abdominoplastia: incisões de até 30 cm; dermolipectomia de coxas: de até 20 – 25 cm.
Quando se fala em cicatrizes temos que considerar também as características pessoas e raciais.
Indivíduos da raça negra e amarela geralmente têm maior tendência a desenvolver quelóides que são cicatrizes exageradas, exuberantes.
Outro fator importante é com relação à idade, porque hoje a cirurgia plástica é procurada desde crianças e adolescentes à pessoas de até 60 anos.
Quanto mais jovem o individuo, mais visível a cicatriz devido a maior capacidade de deposição de tecidos cicatriciais. À medida que envelhecemos, o adelgaçamento da pele promove cicatrizes mais discretas e imperceptíveis daí o sucesso das liftings de rosto.
Em quaisquer casos o cirurgião deve sempre explicar aos pacientes os processos da evolução da cicatriz em relação a sua aparência.
Toda cicatriz fica vermelha até 7 ou 8 meses após a cirurgia. A partir daí ela vai clareando até 1 ano ou 1 ano e meio. No fim desse prazo, se o paciente cicatrizar perfeitamente bem, a cicatriz estará sob a forma de um fio branco.
Mas desaparecer completamente, isso nunca vai acontecer.

Em seu resultado final, as cicatrizes podem se mostrar:
a) Como um fio de 1 mm branco ou castanho claro, no caso das pessoas da raça negra esse aspecto é o melhor possível.
b) Como uma fita branca: a cicatriz é normal, porém alargou devido ao grau de tensão entre as bordas da incisão ou devido a fraqueza da ancoragem realizada pelos pontos subdérmicos.
c) Cicatriz elevada e escura (arroxeada): é denominada cicatriz hipertrófica já é uma cicatriz anormal, mas não é quelóide; parece um cordão endurecido e escuro.
d) Quelóide: cicatriz elevada, endurecida, escura, às vezes dolorosa e pode coçar. Em geral ultrapassa os limites da incisão em todos as direções (para cima, para os lados, para as extremidades).
A cicatriz queloideana é considerada patológica e merece tratamento à base de compreensão, uso de corticóides (pomadas, fitas adesivas, injeção) e até Betaterapia (radiação superficial que penetra a pele só 4 mm no máximo).
Porém, mesmo com os tratamentos, a quelóide pode voltar com uma porcentagem grande.
“Em pacientes potencialmente problemáticos (negros, orientais e indivíduos que já apresentam cicatrizes patológicas), evitamos deixar as bordas das incisões sob tensão e algumas vezes já indicamos Betaterapia a partir do dia seguinte à cirurgia. Podemos ainda prescrever pomadas a base de corticóide, antes da cicatriz engrossar”, comenta a especialista.

DRA DEUSA PIRES RODRIGUES – Especialista em cirurgia Plástica
Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Dra Deusa Pires Rodrigues
Fonte:Universo da Mulher

12 de abril de 2016

O drama das mulheres chinesas solteiras

Uma campanha feita pela marca de produtos de beleza japonesa SK-II, no estilo documentário, está viralizando no mundo inteiro por um motivo que vai fazer você refletir.
Intitulada “Marriage Market Takeover” (“assumindo o controle do mercado de casamentos”, em tradução livre), o vídeo de quatro minutos aborda o preconceito com mulheres de cerca de 27 anos, que não se casaram.
Pressão psicológica
O vídeo tem o intuito de reacender o debate em relação as “sheng nu”, forma como são intituladas as “mulheres que sobraram”, perto dos 30 anos, que estão solteiras.
Na China, espera-se que as mulheres priorizem o casamento e a maternidade, em vez de optarem pela carreira ou pelos estudos, por exemplo. Por isso que a pressão social é grande e ser solteira é visto como um problema e até um sinal de desrespeito aos pais.
O presidente da empresa de beleza, Markus Strobel, disse em comunicado enviado à emissora BBC News, que a campanha global é para inspirar e empoderar as mulheres.
"Nós mostramos um problema da vida real de mulheres chinesas talentosas e corajosas que são pressionadas para casar antes dos 27 anos por medo de serem rotuladas como 'sheng nu'”, comentou sobre o vídeo que retrata a sociedade chinesa.
O vídeo da marca de beleza mostra declarações de mulheres solteiras e de seus pais. Na gravação, um pai diz: “Eu não vou morrer em paz se você não se casar” e mulheres retratam como são vistas e como é estressante ter que conviver com os comentários e perguntas das pessoas.
Em outro momento do vídeo, uma mãe diz que sua filha tem uma aparência normal, não é bonita e é por isso que ela “sobrou”.
Mercado de casamento
Na China, centenas de pais e mães vão ao Mercado de Casamento de Pessoas exibir as qualidades e os perfis de seus filhos e filhas que estão em busca de um parceiro. Uma das mulheres que é contra esta prática relata que é como se eles estivessem vendendo os seus filhos.



9 de abril de 2016

Blogueira sueca de 103 anos avisa: "Idosos não são estúpidos"



A sueca Dagny Carlsson nasceu em 1912. "No mesmo ano em que o Titanic afundou", ela faz questão de lembrar. Achava que já tinha visto de quase tudo na vida, desde as duas guerras mundiais até à invenção das máquinas modernas. 
Mas quando fez 93 anos de idade, Dagny conheceu um computador de perto. E aos cem, resolveu que era hora de lançar o seu próprio blog
Agora, às vésperas de completar 104 anos, Dagny Carlsson ganhou status de celebridade: ela é provavelmente a blogueira mais velha do mundo, e seu blog já contabiliza mais de 1,4 milhão de visitantes. Que maravilha! 

"Os idosos não são tão estúpidos como a sociedade pensa. É preciso mudar esse conceito. As pessoas mais velhas são tratadas, em geral, ou como se fossem crianças, ou como se fossem idiotas. Dizem aos idosos, 'você não entende isso', 'meu velhinho' e coisas assim. Eu digo que os idosos merecem mais respeito", diz Dagny Carlsson à BBC Brasil, no escritório onde diariamente atualiza seu blog.
"Bojan", como ela prefere ser chamada, diz que ouve com certa dificuldade, e dá um tapinha no discreto aparelho de audição para deixar claro que é preciso falar mais alto com ela. Mas nada mais parece indicar que ela vive há mais de cem anos. Lúcida, ágil nos movimentos, Dagny emana vitalidade. E só precisa de óculos para ler de perto.
Seu primeiro computador, usado, foi dado a ela pela irmã mais nova, que tinha na época 85 anos de idade. Ainda não havia cursos de computador para idosos, naqueles idos de 2005.
"Mas assim que criaram um curso, me matriculei. A professora não conseguia acreditar nos próprios ouvidos, quando disse a ela que tinha 99 anos", conta Dagny.
De aluna, ela passou a ser instrutora do curso, durante um ano. E assim seu blog nasceu.
"Bem-vindo ao meu blog: sou uma idosa determinada, que gosta de quase tudo. Pode ser uma ópera, mas também pode ser só um papo sobre coisas divertidas ou difíceis. Prefiro as coisas divertidas. As pessoas dizem que eu tenho humor, e que sou bastante franca", diz "Bojan" na página de abertura do blog.
Dagny também quer ser uma voz para os idosos. "Porque os idosos são muito calados em nossa sociedade, e porque quando falam, ninguém se importa com o que dizem. Só se importam com o que eu digo porque me tornei famosa", ela diz, levantando-se para mostrar o prêmio de Idosa do Ano e um troféu recebido por um canal da TV sueca.
"O maior desafio do ser humano é superar seu próprio medo", acrescenta ela.

Diz o trecho de um de seus posts:

"Sou incrivelmente velha, mas não me sinto velha. Quero ser tratada como qualquer pessoa. Não como um fóssil. Com certeza, há muitas pessoas como eu. Deveríamos ir para as ruas e protestar alto, como fazem os jovens, e exigir que as pessoas nos ouçam. Desafio todos os idosos: sejam mais assertivos!"

Em outro post, "Bojan" conta como era a vida sem telefone.
"Hoje em dia, qualquer criança tem um telefone celular. Quando eu era criança, poucos eram os que tinham um telefone. As pessoas se falavam através de cartas. Quando alguma coisa urgente acontecia, elas iam a uma estação telefônica. Nessas estações havia, em geral, duas cabines de telefone. Era preciso pedir a ligação a uma telefonista, e esperar algumas horas até conseguir obter uma linha. Se a pessoa com quem se queria falar não tivesse telefone, a telefonista tentava ligar para a casa de um vizinho, e pedir para chamá-lo. E custava caro. Então, ninguém ligava sem necessidade. Hoje eu tenho um celular e um telefone sem fio."
Estrela de um documentário recente da TV pública sueca sobre os desafios do envelhecimento, Dagny Carlsson também relata em seu blog as viagens de trem que faz a cidades suecas onde nunca esteve, além de cenas do cotidiano.
"Recebo comentários de pessoas de Washington, Canadá, Austrália, Holanda, Bélgica, França, Noruega e Finlânda", ela conta.
Do Brasil, "Bojan" tem uma vaga referência. "É o país do Cristo, de braços abertos sobre o mar", responde ela. "Não é lá que o povo dança tango?"
"Bojan" levanta-se e caminha com passos rápidos pelos cômodos do apartamento de 99 metros quadrados onde mora há 35 anos em Solna, subúrbio da capital sueca. Aqui Dagny viveu com o marido Harry, que completou 91 anos antes de morrer, em 2004. Desde então, "Bojan" vive sozinha. Não teve filhos, mas ocasionalmente recebe a visita de dois sobrinhos - um de 70 anos, e outro de 65 anos de idade.
"O que não falta é espaço", ela diz, enquanto mostra a sala de estar, a cozinha, o quarto de dormir, a sala de jantar e o escritório. É lá que fica o computador. "É aqui que eu passo várias horas por dia, escrevendo. Há muitos assuntos para falar", ela diz, enquanto os dedos deslizam com agilidade pelo teclado do computador.
É a própria Dagny que cozinha, lava roupa, arruma a casa e faz as compras do supermercado, onde vai a pé em uma caminhada que dura 15 minutos. Uma vez por mês, uma diarista cuida da limpeza mais pesada. "Uma empresa de alimentos quer que eu faça propaganda para eles, então eles têm me mandado refeições congeladas uns oito dias seguidos", ela conta.
Mas Dagny diz que colocou tudo no congelador, e nunca usou. "Enquanto puder, vou continuar a cozinhar minha própria comida. Porque sei que vou gostar do que vou comer. E só como husmanskost (pratos tradicionais da cozinha sueca, à base de carnes com molhos cremosos, batatas e peixe)".
Talvez o segredo de tamanha vitalidade, ela pondera, esteja nos "bons genes". "Mas acho que o principal é manter a curiosidade pela vida. As pessoas ficam velhas quando param de ter curiosidade sobre as coisas. Então, se depender de mim o blog não vai ser a última coisa nova que eu vou experimentar na vida. Por falar nisso, acabei de comprar um iPad".
Quando era jovem, ela queria ser escritora. "Mas eu tinha uma auto-estima muito baixa. Por quê? Porque a maioria das crianças era assim. Naquela época, crianças tinham que ser criaturas obedientes e silenciosas, e não podiam achar que eram grande coisa. E era difícil, para todos, conseguir estudar".
Quem não tinha dinheiro, na Suécia de antigamente, não tinha acesso à educação. "Estudar custava caro. O ensino básico era gratuito, mas quem quisesse continuar os estudos tinha que pagar do próprio bolso. Hoje, os estudantes recebem subsídios do governo para estudar gratuitamente, até o fim da universidade", observa Dagny, que fez carreira como funcionária pública.
O passado, ela constata, não era melhor que o presente. "Absolutamente não. Hoje a vida é infinitamente mais fácil. Naquela época, não havia máquinas, não havia geladeira. E não existia aspirador de pó."
O que é melhor hoje? "Estar viva", diz Dagny, entre risos. Os 104 anos de idade, que ela completa em maio, vão ser comemorados com festa e champanhe: "É tão importante quanto comemorar 50 anos. A vantagem de ter 50 é que você provavelmente ainda tem muito tempo pela frente. Já eu não sei quantos anos de vida ainda vou ter".
Na morte, ela não pensa: "Não, não estou minimamente interessada na morte. Também não faz sentido nenhum ter medo da morte, já que ela é inevitável. Tenho medo é de guerra. Já vi duas guerras mundiais. E veja só o que está acontecendo na Síria."

BBC BRASIL/Claudia Wallin
Fonte: Blog Acessa